As lan houses já representam o segundo lugar no Brasil onde mais se acessa a internet. Em 2008, 47,5% das 56 milhões de pessoas que se conectaram à web disseram ter acessado a rede em mais de um local. Esse ranking é liderado pelo ambiente doméstico (57,1%), seguido pelas lan houses (35,2%) e trabalho (31%). Em 2005, a ordem era diferente: ambiente doméstico, local de trabalho e lan houses.
As informações fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2008 sobre acesso à internet e posse de telefone móvel celular para uso pessoal, divulgada nesta sexta-feira (11). Os 56 milhões de usuários de internet com 10 anos ou mais tiveram acesso à web durante o período de três meses anteriores à pesquisa.
No Norte e Nordeste, os centros públicos de acesso pago não ficaram em segundo lugar, mas lideraram a navegação entre pessoas com acesso à internet em diferentes lugares. No Norte a porcentagem chegou a 56,3%, enquanto no Nordeste chegou a 52,9%. Nessas mesmas regiões, o uso da web residencial ficou em 34,1% e 40%, respectivamente.
Entre aqueles que, em 2008, acessaram a internet somente em um local (52,2% dos 56 milhões), 45,9% navegaram de suas residências, 29,5% de centros públicos de acesso pago, 12,1% do local de trabalho, 4,8% do estabelecimento de ensino, 0,8% de um centro público de acesso gratuito (como telecentro) e 6,9% de outro local.
Idade
A faixa etária do internauta está associada ao local de conexão, de acordo com a Pnad. As lan houses apareceram no topo da lista dos usuários com idades entre 10 e 17 anos, com 53,3%. Atrás delas ficaram os domicílios onde eles moravam, com 43,1%. A ordem foi diferente entre aqueles com mais de 40 anos: domicílio (78,6%) e local de trabalho (50,9%).
Em 2008, o grupo de 15 a 17 anos foi o que apresentou maior percentual de utilização da internet (62,9%), além de maior aumento em relação a 2005 (quando somava 33,7%). O percentual de usuários diminuiu com a idade, chegando a 11,2% entre as pessoas com 50 anos ou mais (o grupo representa 24,8% da população total, mas apenas 8% daqueles que acessaram a internet).
Em 2008, a idade média dos internautas era de 27,6 anos. Entre aqueles que acessaram de casa, essa média subiu para 30,6 anos, enquanto entre o público que navegou no local de trabalho, foi para 34,6 anos. Em 2005, a idade média dos internautas ficou em 28,1 anos.
O rendimento per capta das pessoas que acessaram a web no trabalho foi de R$ 1.523, enquanto o dos internautas domésticos ficou em R$ 1.336 – os mais elevados. Os menores rendimentos per capta foram os dos usuários de centros públicos de acesso gratuito (825) e de lan houses (R$ 536).
A lista de finalidades de 2008 também incluiu leitura de jornais e revistas (48,6%), busca de informações e outros serviços (25,5%), compra ou encomenda de bens e serviços (15,4%), interação com autoridades públicas ou órgãos do governo (15,2%) e transações bancárias ou financeiras (13,1%).
As mulheres consideraram mais do que os homens o uso da web para se comunicar com outras pessoas (84% para elas, 82,3% para eles). A segunda e terceira posições divergem entre os sexos: para elas o segundo principal motivo para usar a web eram educação e aprendizado (69,4%), enquanto para eles eram atividades de lazer (72,8%).
Regionalmente, o Centro-Oeste tem a maior disseminação de uso exclusivo de internet rápida, sendo usada por 93,4% das pessoas (em 2005, eram 57,1% delas). Na contramão, a região Norte teve a menor proporção de usuários que se conectam somente via banda larga: 70,4% (40,5% em 2005).
Em relação a 2005, o percentual de pessoas que não navegavam porque não achavam necessário ou não queriam foi o que mais aumentou: subiu de 20,9% para 32,8% (no Rio de Janeiro, 45,1% dos desconectados apresentaram esse motivo). Por outro lado, houve redução no número de pessoas que disseram não acessar por não ter computador (de 37,2% para 30%) e entre aqueles que alegaram o custo elevado do PC (de 9,1% para 1,7%).
Aqueles que não demonstram interesse na internet apresentaram idades médias mais elevadas (44,1 anos em 2005; 45,2 anos em 2008) do que aqueles que apresentaram outros motivos para não se conectarem. Entre os estudantes, a principal razão para estarem desconectados é o fato de não terem acesso a um computador (46,9%).
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